sábado, 17 de outubro de 2009

Mark Gruenwald

Tem alguns artistas que eu gostaria ter encontrado, mas nunca tive a chance. Um deles foi o Mark Gruenwald, falecido em 1996, e criador da melhor história publicada pela Marvel: Squadron Supreme.


Mark Gruenwald

Rebobinando: diz a lenda que, no finzinho da década de 60, a Marvel e a DC tentaram fazer um crossover da Liga da Justiça com os Vingadores, que acabou não dando certo. Mas a Marvel já tinha começado a escrever um script; então, ao invés de jogar fora o trabalho, eles criaram um super-grupo de outra dimensão que era igualzinho à Liga da Justiça: o Esquadrão Supremo. O mapeamento é um pra um: o Hyperion é o Superman, o Nighthawk é o Batman, a Power Princess é a Mulher-Maravilha, e assim por diante.

Aí entra o Mark Gruenwald. Ele estava cansado de super-heróis reativos. Se houvessem superseres de verdade, dizia o Mark, eles tentariam mudar o mundo pela raiz, eliminando não apenas doidos fantasiados, mas sim os problemas de verdade: a guerra, o crime, a fome, a doença.

Mas essa era uma premissa ousada demais para a época (começo da década de 80). Nenhum editor iria autorizar mudanças tão drásticas nos personagens. Mas o Mark lembrou do Esquadrão: um grupo de outra dimensão, que não tinha revista própria. Eles eram perfeitos pra essa história.

A Marvel autorizou, e assim surgiu a minisérie do Squadron Supreme. Não apenas foi a melhor história que a Marvel já fez, como também foi a melhor história da Liga da Justiça já escrita até então. Vale lembrar que estamos falando de 1985, então essa história foi precursora de Watchmen e todos as outras desconstruções que vieram depois.

No Brasil a série nunca foi publicada inteira (o começo saiu na revista Marvel Force, mas nunca terminaram). Quando o Mark morreu, a Marvel relançou uma versão encadernada com capa do Alex Ross, e eu fui correndo comprar.


Squadron Supreme

"Mas Ricbit, esse gibi não está autografado!". Eu sei, mas ele está aqui por uma boa razão!

O Mark era muito fã de quadrinhos, então ele colocou no seu testamento que, quando morresse, queria ser cremado, e gostaria que suas cinzas fossem jogadas num barril de tinta pra imprimir gibi. Por isso, essa edição do Squadron Supreme não tem autógrafo, mas tem partículas do autor, o que é ainda mais legal :)

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