quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Cadu Simões

Quando eu morava em São Paulo, o Cadu era parceiro de jogatinas, e estava sempre às voltas com seus fanzines. Desde então, o trabalho dele se expandiu, e ele até ganhou o prêmio de roterista revelação no HQ Mix. Entre seus trabalhos mais conhecidos, estão a série de humor Homem-Grilo, e a coletânea Garagem Hermética (publicada no Quarto Mundo).

Ricbit e Cadu Simões

Além de roteirista, o Cadu também é historiador, especializado em Grécia antiga, e essa influência se mostra nas suas séries Nova Hélade (uma versão futurista dos doze trabalhos de Hércules), e na vindoura adaptação da Odisséia.

Nova Hélade #1

Igualmente importantes são as contribuições do Cadu no movimento anti-copyright. Segundo ele, a nossa cultura ocidental é fruto da colaboração livre entre autores. Na Grécia antiga, os autores copiavam uns aos outros, reaproveitando personagens e situações. Curiosamente, a motivação era religiosa: os autores acreditavam quem criava as histórias eram as Musas, e eles eram apenas os contadores. Logo, não havia cópia, pois a inspiração de todos vinha do mesmo lugar.

Um comentário:

  1. Cara, muito bem sacado a proposta deste blog. =)

    E só pra complementar a informação sobre a prática literária na grécia antiga, mesmo depois q o conceito de autoria já havia se instaurado e a inspiração divina passou a ser descartada, a partir do sec 6 a.C., a utilização de personagens e mitos comuns a todos continuou a ser uma prática entre os autores antigos, hábito que migrou também pros autores latinos, como é o caso de Virgílio. A Eneida foi contruída em cima da tradição mítica do ciclo troiano, sendo uma continuação indireta da Ilíada de Homero. E os autores não se importavam, e até incetivavam, q outros autores também criassem a partir de suas obras. Ou seja, eles já faziam na antiguidade o q o Creative Commons tenta fazer nos dias de hoje.

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