segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Ivan Reis e Cris Peter

A coletânea MSP50 também tem trabalhos de artistas que são consagrados no exterior. Em uma das histórias, um dos famosos planos infalíveis do Cebolinha é ilustrado pelo Ivan Reis (que atualmente desenha o Lanterna Verde), e colorido pela Cris Peter (que faz o Besouro Azul):

Ivan Reis e Ricbit


Ricbit e Cris Peter

A interpretação deles para o Cebolinha é uma das mais insanas :)

MSP50

Eu aproveitei que o Ivan estava aqui e pedi pra ele autografar Avengers #52 e Avengers Annual 2001, que foram dois dos primeiros trabalhos dele para o mercado americano. Essa série dos Avengers escrita pelo Kurt Busiek é uma das minhas prediletas, uma das poucas que eu tenho completa no original.

Avengers vol. 3 #52


Avengers Annual 2001

Sidney Gusman e Vitor Cafaggi

O mercado brasileiro de gibis é inconstante. Editoras vão e vem, títulos são lançados e cancelados a todo momento, e no fim das contas só tem uma coisa que é sempre constante: a Turma da Mônica. Se você já leu gibis em português alguma vez na vida, você passou por um gibi da Mônica.

No ano passado, o estúdio do Maurício resolveu inovar e criou a Turma da Mônica Jovem, que é um sucesso absoluto de vendas: a versão jovem vende aqui no Brasil mais do que o Batman vende nos USA. Nesse ano, a novidade do estúdio veio pelas mãos do editor Sidney Gusman:

Ricbit e Sidney Gusman

A novidade do Sidney foi o lançamento do livro MSP50, onde vários artistas fazem uma interpretação pessoal dos personagens do Maurício, incluindo cartunistas consagrados como Laerte e Angeli.


MSP50

Mas o livro também conta com vários desenhistas em início de carreira. Um dos mais comentados foi o Vitor Cafaggi, que é o criador da genial webcomic Puny Parker, uma excelente releitura do Homem-Aranha de deixar até o Busiek com inveja.


Ricbit e Vitor Cafaggi

No MSP50, o Vitor fez uma releitura do Chico Bento, mostrando a história do seu primeiro encontro com a Rosinha. Ele manda bem demais, tanto no roteiro quanto no desenho.

MSP50

sábado, 17 de outubro de 2009

Mark Gruenwald

Tem alguns artistas que eu gostaria ter encontrado, mas nunca tive a chance. Um deles foi o Mark Gruenwald, falecido em 1996, e criador da melhor história publicada pela Marvel: Squadron Supreme.


Mark Gruenwald

Rebobinando: diz a lenda que, no finzinho da década de 60, a Marvel e a DC tentaram fazer um crossover da Liga da Justiça com os Vingadores, que acabou não dando certo. Mas a Marvel já tinha começado a escrever um script; então, ao invés de jogar fora o trabalho, eles criaram um super-grupo de outra dimensão que era igualzinho à Liga da Justiça: o Esquadrão Supremo. O mapeamento é um pra um: o Hyperion é o Superman, o Nighthawk é o Batman, a Power Princess é a Mulher-Maravilha, e assim por diante.

Aí entra o Mark Gruenwald. Ele estava cansado de super-heróis reativos. Se houvessem superseres de verdade, dizia o Mark, eles tentariam mudar o mundo pela raiz, eliminando não apenas doidos fantasiados, mas sim os problemas de verdade: a guerra, o crime, a fome, a doença.

Mas essa era uma premissa ousada demais para a época (começo da década de 80). Nenhum editor iria autorizar mudanças tão drásticas nos personagens. Mas o Mark lembrou do Esquadrão: um grupo de outra dimensão, que não tinha revista própria. Eles eram perfeitos pra essa história.

A Marvel autorizou, e assim surgiu a minisérie do Squadron Supreme. Não apenas foi a melhor história que a Marvel já fez, como também foi a melhor história da Liga da Justiça já escrita até então. Vale lembrar que estamos falando de 1985, então essa história foi precursora de Watchmen e todos as outras desconstruções que vieram depois.

No Brasil a série nunca foi publicada inteira (o começo saiu na revista Marvel Force, mas nunca terminaram). Quando o Mark morreu, a Marvel relançou uma versão encadernada com capa do Alex Ross, e eu fui correndo comprar.


Squadron Supreme

"Mas Ricbit, esse gibi não está autografado!". Eu sei, mas ele está aqui por uma boa razão!

O Mark era muito fã de quadrinhos, então ele colocou no seu testamento que, quando morresse, queria ser cremado, e gostaria que suas cinzas fossem jogadas num barril de tinta pra imprimir gibi. Por isso, essa edição do Squadron Supreme não tem autógrafo, mas tem partículas do autor, o que é ainda mais legal :)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Jerry Robinson

Eis um autor que eu não achava que iria conhecer pessoalmente: Jerry Robinson, que criou em 1940 o mais famoso inimigo do Batman, o Coringa.


Jerry Robinson

Quando eu vi o Jerry, bateu o desespero. Eu não sabia que ele estaria ali, então não tinha nenhum gibi do Coringa para autografar!

Pra quem nunca foi na Comic Con, vale explicar que o evento é imenso: de um lado ao outro do centro de convenções são 600m. O Jerry estava em uma ponta, e os sebos de gibis estavam na outra. Eu não queria correr o risco de ir até o outro lado comprar um gibi e o Jerry não estar mais no stand quando voltasse.

Felizmente, eu lembrei que ali ao lado era o stand dos videogames, e estavam fazendo o lançamento do jogo Lego Batman. Acabei pegando o autógrafo num folder do jogo :)

Folder do jogo Lego Batman

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Tycho e Gabe

Outra das minhas webcomics prediletas, o Penny Arcade é especializado em tirinhas sobre videogames. Mas os autores, Tycho e Gabe, também se aventuram por assuntos variados, como, por exemplo, na melhor tira de todos os tempos sobre os Superamigos:

O macaco olha

Eu encontrei os dois na Comic Con, e para minha surpresa, eles não são nada parecidos com seus alter-egos nas tirinhas :)

Gabe e Tycho

Eles autografaram pra mim a primera coletânea do Penny Arcade, é impressionante notar como o povo dos webcomics melhora o traço com o tempo. Desenhar uma tira por dia realmente faz maravilhas.


Penny Arcade #1

Cadu Simões

Quando eu morava em São Paulo, o Cadu era parceiro de jogatinas, e estava sempre às voltas com seus fanzines. Desde então, o trabalho dele se expandiu, e ele até ganhou o prêmio de roterista revelação no HQ Mix. Entre seus trabalhos mais conhecidos, estão a série de humor Homem-Grilo, e a coletânea Garagem Hermética (publicada no Quarto Mundo).

Ricbit e Cadu Simões

Além de roteirista, o Cadu também é historiador, especializado em Grécia antiga, e essa influência se mostra nas suas séries Nova Hélade (uma versão futurista dos doze trabalhos de Hércules), e na vindoura adaptação da Odisséia.

Nova Hélade #1

Igualmente importantes são as contribuições do Cadu no movimento anti-copyright. Segundo ele, a nossa cultura ocidental é fruto da colaboração livre entre autores. Na Grécia antiga, os autores copiavam uns aos outros, reaproveitando personagens e situações. Curiosamente, a motivação era religiosa: os autores acreditavam quem criava as histórias eram as Musas, e eles eram apenas os contadores. Logo, não havia cópia, pois a inspiração de todos vinha do mesmo lugar.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Liniers

Por muito tempo, a minha referência em tirinhas argentinas era o Quino, mas recentemente eu conheci mais um artista excelente de lá: o Liniers. Aqui no Brasil, sua tira Macanudo começou a ser publicada na Folha de São Paulo:

Macanudo

O Liniers também veio ao FIQ esse ano. Infelizmente, eu estava trabalhando no dia e não pude vê-lo. Felizmente, a Ila foi lá me representar :)

Liniers e Ila Fox

Ela conseguiu autógrafos nas duas coletâneas do Macanudo, e o Liniers ainda personalizou, desenhando um pingüim pra mim, e um gatinho pra Ila.

Macanudo volume 1


Macanudo volume 2

domingo, 11 de outubro de 2009

Rob Liefeld

Rob Liefeld, o homem, o mito. Eu poderia falar por horas sobre seu lendário estilo e incrível domínio da anatomia humana, mas uma imagem vale mais que mil palavras:


Capeitão América

Eu estava passeando lá pela Comic Con quando vi o Liefeld em um stand, e, diabos, quem tá na chuva é pra se molhar.


Rob Liefeld

Peguei um autógrafo dele em um dos números do Youngblood, um gibi que não ficou bom nem quando o Liefeld pagou o Alan Moore pra escrever.


Eddy Barrows, Rod Reis e Eddie Berganza

Fato: zumbis estão na moda. Eles aparecem em filmes, livros e videogames. Nos gibis não poderia ser diferente, e hoje em dia tem gibis sobre zumbis em toda parte, até mesmo nas histórias de super-heróis. A Marvel começou com a série Marvel Zombies, e esse ano é a vez da DC, com o crossover Blackest Night.

No FIQ deste ano uma boa parte da equipe criativa de Blackest Night estava por aqui. Eu consegui encontrar três responsáveis pela série do Superman. Primeiro, o desenhista da série, Eddy Barrows (que na real chama Eduardo Barros, mas é costume adaptar o nome quando você trabalha no mercado americano):

Eddy Barrows e Ricbit

O colorista Rod Reis (na real Rodrigo Reis), que eu já tinha encontrado antes lá na Comic Con. Além de colorista, o Rod Reis também tem um podcast, o Papo de Artista.

Ricbit e Rod Reis

E o editor original da série, Eddie Berganza, que todo ano visita o Brasil no FIQ para avaliar portfólios e caçar talentos:

Eddie Berganza e Ricbit

Os três autografaram pra mim os dois primeiros números do Blackest Night: Superman, pena que o número 3 ainda não saiu.

Blackest Night: Superman #1


Blackest Night: Superman #2

sábado, 10 de outubro de 2009

Sérgio Aragonés

Sérgio Aragonés, o desenhista mais rápido dos quadrinhos! Além de conhecido pela velocidade e pelo incrível nível de detalhamento de seus quadrinhos, o Aragonés também é lembrado pelas hilárias histórias de Groo, o Errante, e por escrever todos os meses para a revista Mad, desde 1963 (ele só perdeu uma edição, porque os correios atrasaram a entrega do material).


Sérgio Aragonés

Na Comic Con de 2008, quando você comprava um ingresso ganhava de brinde um monte de tranqueiras, entre elas uma edição especial da Mad exclusiva do evento. Como o Aragonés vai em todas as Comic Con, na Mad já tinha até um espaço reservado para ele autografar :)

Jeph Jacques

Se você ainda não conhece o webcomic Questionable Content, siga o link e leia. Quando eu descobri essa tirinha, eu perdi três dias inteiros lendo todo o arquivo, a coisa vicia nesse nível.

Aí, depois de ler tudo, você fica achando que o criador da tirinha é um moleque franzino como os personagens da história. Mas surpresa: o Jeph é grandão, cheio das tatuagens e piercings, e se não fosse a camiseta de gatinho ele passaria fácil por caminhoneiro:

Jeph Jacques

O Jeph é um dos poucos artistas de webcomics que vive exclusivamente de quadrinhos. Além das propagandas no site, ele ganha dinheiro vendendo merchandising, então, quando eu o encontrei lá na Comic Con, naturalmente comprei dele um poster pra ajudar a financiar o quadrinho (o poster é numerado e exclusivo do evento).

Além disso, o Jeph também fez um desenho da Hanners pra mim:



Eu também aproveitei pra filmar enquanto ele desenhava: o quadrinho de verdade ele faz num tablet Cintiq, mas ele também tem a manha de desenhar em papel.

Grant Morrison

Na década de 80, o Grant Morrison criou gibis geniais: pra mim, o Homem-Animal e a Patrulha do Destino estão entre os melhores quadrinhos já criados, ever.

Quando eu estive na San Diego Comic Con de 2008, passei de relance pelo estande da DC e vi o Grant lá autografando. Eu fui direto pra fila de autógrafos, mas apenas para ser barrado pelo segurança: pra entrar na fila precisava ter pego uma senha horas antes.

Como eu sou persistente, usei o Brazilian Power: "mas tio, olha só, eu vim lááá do Brasil só pra ver o Grant, você não tem pena desse terceiro-mundista yadda yadda". Depois de pentelhar um monte, o segurança decidiu que o único jeito de se livrar daquele cabeludo chato era me deixar entrar na fila :)

Ricbit e Charles Xavier Grant Morrison

Ele autografou pra mim o primeiro número de All-Star Superman, uma série excelente onde o Morrison traz para uma linguagem atual o Superman da Era da Prata. E eu nem precisei comprar o gibi, a DC estava usando o velho truque dos traficantes: dando de graça o número um na certeza que você vai comprar o restante.

Adão Iturrusgarai

Um dos meus autores prediletos de tirinhas é o Adão Iturrusgarai, que escreve na Folha de São Paulo. Ele possui diversos personagens memoráveis, como Aline, o Homem-Legenda, e o Chato de Galochas.

Homem-Legenda

Chato de Galochas

Adão, que atualmente mora na Patagônia (really), veio para Belo Horizonte visitar o FIQ e falar sobre a adaptação de Aline para a rede Globo, que virou uma mini-série com atores. O primeiro episódio é bem fiel, 95% das piadas vieram diretamente das tirinhas.


O Adão estava olhando pro lado porque estavam chegando as cervejas

Eu pedi para ele autografar uma coletânea da Aline, e além do autógrafo ele ainda fez um desenho. Aliás, uma curiosidade sobre autógrafos é que, em geral, os latinos personalizam o autógrafo, e os americanos só assinam. Acho que é porque lá em cima eles assumem que o gibi autografado vai pro ebay, então quanto menos personalizado, mais fácil de vender.

Tim Sale e Jeph Loeb

Eu nunca perco a oportunidade de participar de eventos de quadrinhos. Sempre dá para encontrar gibis com descontos, bater papo com outros colecionadores, e, eventualmente, achar um autor original! De evento em evento, eu já tenho um grande número de gibis autografados, e resolvi montar esse blog pra compartilhar a coleção.

Pra começar, uma história de New York. Quando eu passei um mês por lá, em 2007, aproveitei pra fazer um tour pelas lojas de quadrinhos da cidade (que são muitas). A mais conhecida é a Midtown Comics, que fica em Times Square. Se você passar por lá, fique esperto com o calendário, todo mês tem uma sessão de autógrafos, e quando eu estive lá, peguei uma sessão com o Tim Sale e o Jeph Loeb.

Os dois tem passagem pela TV e cinema. O Tim Sale é o artista que fazia as ilustrações da série Heroes (aqueles desenhos do futuro que o Isaac Mendez fazia, eram na verdade desenhados por ele). O Jeph Loeb, além de ter feito roteiros do Heroes e do Lost, também foi roteirista de filmes oitentistas, como Comando para Matar (com o Schwarzenegger) e Teen Wolf (com o Michael J. Fox).


Ricbit e Tim Sale


Ricbit e Jeph Loeb

O evento em que fui era o lançamento do gibi do Heroes, que na verdade é uma coletânea das webcomics que apareciam no site oficial da série.


Além disso, eu também consegui um autógrafo na série Superman for all Seasons, um dos vários gibis em que os dois trabalharam juntos (embora o gibi mais lembrado deles seja Batman - The Long Halloween, que teve muitas cenas copiadas integralmente nos novos filmes do Batman).

A parte curiosa é que gibis autografados valem bastante dinheiro no ebay, então pra evitar falsificações, eventos como esse distribuem certificados de autenticidade. Assim, se você quiser revender, tem como garantir que seu autógrafo é mesmo original.